segunda-feira, agosto 28, 2006

A lua sobe, indiferente, entre as nuvens, cheia.
(Porque será que nunca consigo este efeito nas fotos?)
Um inverno que não existe criou esta sensação de estação impossível.
Há um pássaro que não dormiu. Vaga.
As estrelas, poucas, parecem estar com febre.
Longe, um som de crianças brigando.
Fecho os olhos e imagino outro céu. E você sob ele.
E nós sobre a grama. Você querendo outro lugar.
Sento. Não quero pensar.
Não quero sonhar. Não quero me alimentar de idéias.
Não posso me saciar com elas. Não mais.
Aquele lugar, na nuca, onde você mordeu, não está mais roxo. Nem dói.
Isto é prova do tempo. E eu não quero mais saber.
Levanto e continuo a corrida.