quinta-feira, outubro 26, 2006

Um anticomputador sentimental
Eu me arrependo, mas não é frequente.
Normalmente, sei o que quero e vivo a fundo o que estou vivendo.
Difícil dizer “era feliz e não sabia”. Eu sempre soube.
Desde o início. Que era grande e ia dar trabalho.
...
Só equilibro o estritamente necessário.
Pra poder conviver entre os “normais”.
Pra não me internarem. Pra não ser medicada.
Mas nós, não!
Nós
Tem que ser labaredas,
Abismos profundos,
Oceanos imensos,
Cascatas morro abaixo,
Constelações extintas há milênios.
Nada menos.
...
Não fico exausta, não.
Não me aflijo com as tormentas.
O que me desespera são os lagos parados,
O mormaço de uma tarde berrando por chuva,
O trânsito que não segue,
A espera interminável dos aeroportos.
O sexo com hora/local/tempo marcados.