sexta-feira, junho 16, 2006

Gente quer respirar ar pelo nariz
As pessoas são parecidas e diferentes.
A maior parte gosta de si mais que dos outros.
A maior parte quer ser escutada.
E cada uma delas é um universo de coisa próprias.
Diferentes de todas as outras.
E é muito comum, muito mesmo, que se ponham a me contar detalhes sobre suas vidas, sentimentos, histórias, pouco tempo depois de me conhecer.
Isto se passa com jovens e velhos; com presidentes e faxineiras; com homens e mulheres; com padres e putas; com ingleses e mexicanos; com gays e racistas; enfim. Sem critério.
Mesmo eu sendo assustadoramente sincera. Mesmo eu tendo fama de brava. Mesmo não sendo condescendentes.
Elas me contam suas coisas. E eu dou um monte de palpites e traço um monte de alternativas. Com esta mania de achar solução, de criar mapas de rotas de escape.
E nunca comento com niguém seus segredos, embora seja faladeira a beça. Memso quando detesto aquela pessoa.
Eu gosto de gente. Assim mesmo, no sentido genérico da palavra.
Tem quem gosta de máquinas, de construções, de carros, de florestas, de mar.
Eu gosto de gente. De entender gente.
Por isso, acho, falam comigo assim.
Uma vez, um inglês me disse: “Ana, se vc se sentar ao lado de uma cadeira, começará a conversar. E, pior, a cadeira vai responder!”.
E eu respondi: “Não, Paul, isto não poderia acontecer com uma cadeira. Mas poderia acontecer com um mudo!”
Eu gosto de gente.