quarta-feira, janeiro 24, 2007

Anacronismos
A gentileza é ultrapassada
A poligâmia é tanto démodé, quanto vanguardista
Carros teleguiados são futuro
Teletranporte, ainda não há
Férias em Vênus, nem planos
Camisa-de-vênus, moda
Espartilhos e chapéus, só em filmes
Desfalecer e fazer muxôxo, só em livros amarelados
Mulher trocar pneu, normal
Vestidos, raros
Sandálias, excêntricas
Pianos de cauda, isolados
Pianolas, não há
Viagem no tempo, nem se fala
E o amor, atemporal.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Diálogo XV
_ Se pudesse, voltava...
_ Pra dizer "não"?
_ De jeito nenhum, pra beijá-lo de novo...
_ ...?
_ Eu queria reviver o momento exato, onde caí na história dele. Recuperar o que senti.
_ E sofrer tudo de novo depois?
_ Se esse fosse o preço...
_ Não entendo.
_ Eu adorava estar com ele. Adorava o amor, a paixão, até a minha insegurança. Adorava tudo.
_ Mas, e depois?
_ Melhor sofrer por ter vivido
_ Que coisa besta você tá dizendo. EU, se fosse possível, se soubesse antes, NUNCA me apaixonaria pra sofrer depois.
_ Isto não existe. Sofrer faz parte.
_ Claro que não. As coisas podem ir se acabando, deteriorando devagar, até que nada resta. Não é sempre que há este sofrimento, esta dor.
_ Mas não dói também quando tudo acaba por "decurso de prazo"?
_ Nem se compara...Muito mais fácil seguir.
_ Eu tenho pena...
_ Ah, eu também. Mas passa logo...

domingo, janeiro 14, 2007

Apenas constato
Sou um clichê.
Apaixonada pelo impossível.
Ou, exagerando menos, pelo improvável.
...
Primeiro, as palavras e sorrisos.
E a maneira como me fazem rir.
Se decido outro passo, sexo.
...
Depois de tudo, é que analiso a possibilidade.
E daí, o impossível, ou, antes, o improvável.