quinta-feira, setembro 30, 2004

O avesso do avesso do avesso do avesso
Tudo acontecendo ao mesmo tempo agora.
Fantasmas que voltam, contas que vencem e números que não batem.
Eu devia estar deprimida, mas não tenho capacidade pra isto.
Então, estou irada. Irritada.
Destes dias que revela meu lado detestável. Até por mim mesma.
Nem escrever me alivia.
Vou. Cansei. Deu.
Garçon, traz a conta que eu já passei do limite faz tempo.


Meu amor é para sempre (quase sempre)
Tem razão. Você eu desamei. Mas em quase tudo vc foi a exceção pra confirmar as minhas regras.
Ainda que vc ache que eu não tenha regras.
Do resto, não concordo.
Não acho que os opostos se atraem e dão certo.
Não penso que a maturidade me mudará a ponto de te entender.
Não me arrependerei.
E vc devia saber que não sofro.
Seguir em frente foi um alívio, na verdade.

Meu coração tropical tá coberto de neve
O dia assim e eu exato como ele. Chuvosa.
Cadê sol? Cadê vc?
Cadê a graça?

quarta-feira, setembro 29, 2004

Minha Física
Quero algo que não existe.
Que não sei onde.
Que inventei.
Que me inventou.
Tão parecido que assusta.
Não são os opostos que se atraem.

But now it's gettin' late
And the moon is climbin' high
I want to celebrate
See it shinin' in your eye.

Numa tarde quente ( o tempo mudando)
Eu preciso fazer algo e o tempo se esvai.
Falta concentração. Ou melhor, sobra. Só que o objeto é diverso. Idéia fixa.
Viajo domingo e a lua é cheia agora.
Sim, ontem a noite estava linda. E a lua.
Parar o quê? Não sei ao certo, mas precisava te dar a opção de. Por que as vezes passo dos limites. E sei.
Preciso terminar isto e providenciar o resto. Urgente.
Mas vc me olha de algum lugar e eu, agora, não sei mais. Números que caem.
Bicho-de-pé é um docinho, como brigadeiro, só que cor-de-rosa.
E descobri que morro de ciúmes dos nomes que vão de borboletas a estrelas marinhas.
Perco as contas.
Acho que desta vez estou mesmo fora de controle.
Vc me (re)cortando e (re)colando a revelia. Que atrevimento.
Deve ser isto.

Mas tem uma coisa...
Basta que você me peça, que diga uma única palavra
E paramos por aqui.


I just want your extra time (by now)
Não seria verdade se eu dissesse que não quero nada.
Mas seria se dissesse que não sei bem o quê.
E também que não sei bem porque.
E que acho infantil, bobo até, pensar nisto.
Mas tenho pensado.
Com o sol por testemunha.

Teia
O que me espanta é vc recolher as pistas que vou deixando a esmo.
As peças que movo consciente ou inconscientemente.
Espanta e encanta.
Acabo presa nas minhas próprias armadilhas.

terça-feira, setembro 28, 2004

Leva esta canção de amor dançante pra você lembrar de mim,
Seu coração lembrar de mim.
Na confusão do dia-dia,
No sufoco de uma dúvida,
Na dor de qualquer coisa.

segunda-feira, setembro 27, 2004

Estopor
O resto do mundo todo existindo num aquário.
Todos os sons chegando abafados.
Só vc soando nítido. Seu sorriso, a voz, a boca.
Mas mesmo o que vc falava era ininteligível. Eu só via e ouvia. Sem escutar.
Sua presença tão forte que nada mais importava.
Nem mesmo vc.

Tudo que você queria saber sobre a inauguração da Bienal de São Paulo e tinha medo de perguntar

DeusCanino
Fico imaginando de onde ele tira estas coisas...
Só pode ser mister simpatia que sopra nos divinos ouvidos :)

Hoje, aqui
E o mundo agora baseado em sonhos e suposições.
Em querer. Imaginar.
Em bolhas.
Construo você de uma idéia que persigo desde o início de tudo.
E que perseguirei até o fim do mundo.
Tempo e espaço definidos numa idéia incongruente.
E eu tecendo meus fios de centauro imaginário.

Você é extremamente verdadeira
Por isso tanto sobe desce. Por isso tanta fé e desespero.
Por isso tanto narcisismo e tanta doação.
Tanta alegria e sombra.
A beleza é percebida por sombra e luz, não é?
Por nuances.
É preciso saber apreciar o trágico e as estampas de florzinhas.
E, sobretudo, é preciso saber que
Sexo e amor são uma só coisa quando a gente tem coragem.
Pra entender um pouco do que você diz.
Eu quase entendo quase sempre.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Passeando
Quero que ele combine com este dia de sol.
Que a gente caminhe entre as árvores do jardim botânico.
Que a gente pare pra se beijar e fazer pequenas sacanagens sob cada uma delas.
Fotos entre flores, sorrisos, caretas.
E sorvete de limão na volta.
Uma banheira de espuma pra terminar a festa.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Pra você em algum lugar sem sol
E agora eu tenho um segredo. Mais um.
E ele está sozinho em algum lugar.
(Próximo ou remoto?)
Ansiando por barcas e apitos. E por dias de sol.
Quisera eu pudesse ter as repostas. E a passagem. A luz e o calor.
Se ao menos soubesse onde é.
Espelhos que refletem espelhos que refletem espelhos.
Paralelos ao infinito.
Agora tenho um segredo.
E medo de desejar mais.

quarta-feira, setembro 22, 2004

Dias sem carinho só que não me desespero,
Rango alumínio, ar, pedra, carvão e ferro.

Como diria minha vó
Ela anda bem quieta. Só pode estar fazendo arte.

terça-feira, setembro 21, 2004

Um amor
Era uma vontade dele sempre dentro de mim. Sem parar.

E quando não dava...
Se por perto, nossos olhos se comiam, nossas mãos arrumavam desculpas pra tocar o corpo do outro, e os pelos da minha nuca pra sempre arrepiados.
Se longe, eu sonhava com a boca dele me mordendo, as mão me exigindo mais, o gosto, o gozo. E planejava cenas como nos filmes, escolhia roupas e cores de batom, me perfumava. Ardia.

Juntos de novo, tudo era possível, real. Os desejos todos revelados e saciados.

Assim foi. Assim é. Assim deve ser.

Diálogo V
_ Vc tá ficando cada vez mais incompreensível, sabia?
_ Sabia.
_ É de propósito?
_ Não. Não consigo evitar. Quero falar inteiro, mas me perco e falo retalhos.
_ Te vendo? Vc acabou de fazer agora. Tá falando esquisito, como se não fosse real. Ninguém real fala assim.
_ Talvez eu esteja ficando irreal com o tempo.
_ Não seja louca, não fale besteiras. Vc é tão real quanto esta laranja.
_ ...
_ O que foi?
_ Eu ia falar que nada garante a realidade desta laranja.
_ Ah... Vamos parar, ok? Vamos apenas terminar nosso almoço em silêncio.

O tempo e a ponte
O tempo é a flecha e a cura, nem sei.
E talvez deva ser assim mesmo. Já que atingi a esmo o que não estava mirando.
A ponte está aí. Quer eu queira ou não. Quer você planeje ou não. Quer a gente cruze ou não.
E eu olho pra ela agora com certa pena e saudade daquilo que ainda não existe.
Mas sigo. Seguimos. O tempo decidirá.
Descansa.
A primavera vem sim, inexorável. Mas a gente tem que estar lá pra que ela realmente exista.
A beleza as vezes é inútil.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Peão-4-da dama.
Eu só sei jogar com as brancas.
Começo, ataco, enfrento.
Centauro que sou.
Ignoro o perigo. Mesmo quando ele funga, irascível, na minha cara.
Não é coragem, não. É só porque não aprendi o resto.
Li metade do livro. Sei metade do jogo.
E já nem posso alegar inocência.

Ata de Reunião
Bolinha
Florzinha
Círculos concêntricos
Flechas
Carinhas de espanto
Maçãs
Cachos de uva
Sóis
Olhos de longos cílios
Ondas
Folhas
(Imagine se eu soubesse desenhar!?)

Resposta
As coisas vêm quase sempre sem que se saiba.
Não por conta do acaso, mas simplesmente porque há muito acontecendo.
E a gente não dá conta de vigiar todos os signos.
Os planetas conspiram, sabia?
E eu não sei de matemática que os explique.
...
Quantas camadas será que temos?
E quantas interseções?
E existências?

Você tem mais incógnitas do que as equações que conheço.
Tergiverso.

sexta-feira, setembro 17, 2004

AbFab Dies Irae
Nada menos que isto.

Matemáticas
Talvez vc não saiba, mas eu traço planos.
Planejo rotas. Calculo.
Não sei desenhar.
Mas tenho réguas, compassos, esquadros e muitos lápis de muitas cores.
E posso inventar um jeito só meu de te fazer uma armadilha colorida.
Que prenda meus braços ao seu pescoço. Deixando efeitos colaterais.
Talvez vc nem pense, mas teço teias.
Conto pontos.
Não sei bordar, mas tenho agulhas, bastidores, e novelos aos milhares.
E posso fazer uma trama que ate teus olhos nos meus. Irremediavelmente.
(Mas não se preocupe, fico aqui, me comporto.
Por enquanto.)

Quando fantasio é quando sou mais sincera
Estar se apaixonando é assim como aquele momento que precede a queda vertiginosa da montanha-russa.
De repente, vc não queria mais estar ali. Só que não consegue estar em nenhum outro lugar.
...
Vc chegou ali voluntariamente. Comprou ingresso, esperou a fila, apertou o cinto.
E agora?

Diálogo IV
_ Oi
_ Oi! Td bem?
_ Tudo e vc?
_ Ferrada...
_ Ah, tira uns minutos, vamos tomar um café, preciso te contar uma coisa...
_ Tá, mas tem que ser já...Tô descendo, te espero na lanchonete.
_ OK.
...
_ Hummm...Onde vamos hoje?
_ Como assim? A saia? Ah, é uma daquelas meio chinesas que te falei, gostou?
_ É bonita sim, diferente, ficou legal com a blusa.
_ E aí, qual é a novidade?
_ É que aconteceu uma coisa... O F e o M querem que sair hoje a noite, e eu estou em dúvida com quem saio, o q vc acha?
_ Que é um problema terrível!
_ Pois é, hahahaha
_ A resposta é óbvia...Vc sai com o M hoje, que ele já tá indo embora pra Floripa; e amanhã sai como F, que vai ficar por aí pra sempre mesmo...
_ Por isso que eu gosto de falar com vc. Vc sempre tem as melhores soluções... hahahaha
_ Alegrinha vc hoje, né? Não sem motivo...
_ Almoçamos?
_ Espero que sim, se eu conseguir sair pro almoço.
_ O G vai com a gente.
_ Hummm...Ele é um tesão, não?
_ Siimmm...Já pensou nós duas e ele?
_ Vc quer dizer...
_ Sim!
_ Vc tá virando uma puta! hahahaha
_ Ah, vai dizer que vc nunca teve estas fantasias?
_ Hummm, mais ou menos...Posso trocar vc pela Angelina Jolie?
_ Como assim? Vc, ele e a Angelina?
_ Hã-hã
_ Porque????
_ Porque se eu vou fantasiar que seja com a Angelina, né? Ela tem aqueles peitos lindos e parece bem mais experiente que vc nestes assuntos... hahahaha
_ Depois, eu que sou a puta...Vc que é uma cadela.
_ As vezes... Acho que vamos as duas pro inferno, talvez juntas...Olha, preciso ir, tenho mil coisas pra fazer ainda hoje...A gente se fala mais tarde...tchau.
_ Tchau.
...
_ Alô.
_ Oi, vc pode falar?
_ Posso, mas tô no trânsito, se aparecer um guarda, desligo...Vc ta aí ainda? Saí tão tarde, pensei que vc já tinha ido...
_ To enrolando até as 8 horas pra ir direto pro hotel do M...Acho que vou passar numa conveniência e comprar um vinho
_ Compra frisante. Liga pra ele do caminho e pede pra preparar um balde de gelo.
_ Vc pensa em tudo!
_ Skill, babe, skill...
_ E precisa skill pra sacanagem?
_ Nah...Tenho skill pra planejamento.
_ Já pensou este talento todo usado pro bem? hahaha...Tô meio nervosa...
_ Vc tá ansiosa...Não esquenta, qdo chegar lá, passa.
_ É, vai passar tudo...Ele é um furacão.
_ E eu tenho que ouvir isto nas vésperas de ser exilada na terra dos corn flakes por 3 longas semanas...
_ Leva um vibrador. hahaha
_ Hahaha ...Vc é terrível. E tá com idéia fixa... Deixa eu desligar, vou acabar batendo o carro... Boa sorte, tchau.
_ Tchau. Amanhã te conto. Beijinhos.
_ Outros.

quinta-feira, setembro 16, 2004

Diálogo III
_ A senhora tem que póda as forôr, né? Senón fica tudo feia e faraca.
_ Eu sei, mas não consigo. Como é que vou cortar os galhos novinhos? Vou deixando eles crescerem, não tenho coragem. Parece que vou destruir a planta.
_ Por isso fica tudo bagunça. Senhora non devia ter paranta tanto diferente na mesmo jardim, fica bagunça também. Devia escolher alguns né? Só poucos, pra fica fácil.
_É que eu fui plantando, fui escolhendo a esmo na floricultura, me empolguei.
_ Senhora devia chama alguém pra paranta jardim primero...Depois senhora podia cuida sozinha, tem boa mão pra paranta, só perecisa aperender póda elas, né? Só perecisava isto.
_ Vou tentar.
_ Tenta, senón chama eu de novo ano que vem, né? Té logo.
O jardineiro parecia um samurai. Fiquei aliviada quando foi embora. Pensei que ia me bater por causa do meu jardim selvagem

Quem veio de longe atravessou raio e trovão
Pra cair no samba e receber a vibração
Odilê, odilá,
O que vem fazer aqui meu irmão?
Vim sambar.

Quando a bateria entra, e a quadra da escola treme, algo dentro de mim responde instantaneamente.
Eu só queria ser capaz de sambar como aquelas passistas. Fazer o quê?


quarta-feira, setembro 15, 2004

The bad collor
Mais um filme que M. Night Shyamalan escreve, dirige e produz. E eu gosto.
Mais uma vez, a casca do filme é um mistério e o miolo são os relacionamentos entre as pessoas.
Gosto de suas histórias bem costuradas. E dos desfechos.
Gosto da maneira como ele aborda os sentimentos. Especialmente a gratuidade do amor e o absurdo do ódio ou da loucura.
Gosto do jeito que ele dirije os atores, extraindo os melhores olhares, expressões e risos.
E, embora minha cor favorita seja vermelho, gostei demais dos amarelos desta vez.


A centenas de milhas daqui
Finalmente entendendo a aflição, o peso, a sensação de que algo de ruim vai acontecer.
Sempre que sinto isto, evito acreditar que seja intuição, premonição.
Prefiro pesquisar minha cabeça pra ver qual é o detalhe que me escapou e está causando o desconforto.
Descobri no meio da última volta. Parei, súbito e entendi. É por causa da viagem. Das viagens. A minha e a sua.
A distância vai aumentar ainda mais.
O motivo é idiota (que diferença faz 500 ou 5000 km?). Mas agora é conhecido.

Petrarca,
Ser mulher é a minha melhor parte. O resto é consequência.
Claro que entendi como elogio. E fiquei vermelha :)

terça-feira, setembro 14, 2004

Diálogo II
_ Te vejo mais tarde?
_ Talvez, tenho muita coisa pra estudar...
_ Estudo com você...
_ Não dá, esta matéria é um saco...Vc entende alguma coisa de resistência de materiais, por acaso?
_ Eu entendo de um monte de coisas que vc nem imagina...Fico quietinha, vc nem vai notar a minha presença...Tb preciso estudar, levo meus livros...Que tal?
_ Não sei, vc nunca fica quietinha. E vamos acabar brigando.
_ Vamos nada...
_ É que tem mais que isso. Estive pensando, acho que a gente devia dar um tempo...
_ Como assim, o quê vc quer dizer? Vc não quer me ver mais?
_ Quero. E não quero, há muita coisa confusa... E, vc sabe, penso muito nela...
_ Vc acha que vai pensar nela pra sempre?
_ Não sei. Passo uns tempos sem pensar, mas de repente alguma coisa me faz lembrar e é muito forte.
_ Vc pensa nela mesmo qdo está comigo?
_ As vezes.
_ ...
_ Olha, vc é muito nova ainda...
_ Detesto qdo vc começa uma frase assim, falando da minha idade.
_ Mas é a verdade. Vc é muito mais nova que eu, é natural que a a gente tenha experiências diferentes. Vc nunca amou...
_ Amo você.
_ Não fale assim, amar é algo muito profundo.
_ E vc acha que sou muito jovem pra sentir algo assim tão profundo. Já sei. Mas vc está enganado. Garanto a vc que te amo.
_ Vc ainda vai conhecer muita gente...Vai encontrar alguém.
_ Eu já encontrei. É vc.
_ Vc pensa que sou eu. Mas vc não ainda não amou alguém como...como...
_ Como vc ama a M., né? Pode falar, eu já sei.
_ Isso mesmo, se vc quer que eu diga, é isso mesmo.
_ O pior é que vc me diz isso e eu não posso dizer se é verdade. Como é que dá pra comparar o amor? Como é que eu posso saber?
...
_ Entã, é o seguinte: Saia daqui agora e não me procure mais. Eu te ligo, qdo achar que posso.
_ Vc é muito exagerada. Porque não posso te procurar pra saber se vc está bem? Ou se tiver saudades?
_ Porque eu não posso ver vc assim, casualmente, ocasionalmente. Eu vou precisar matar vc.
_ Tá vendo, vc faz drama demais...Não precisa ser assim...
_ Precisa, pra mim precisa. Eu não sei viver as coisas mornamente. E não entendo este negócio de "tempo", não faz sentido pra mim. Por favor, vá.
_ Eu acho que vc está exagerando...
_ Eu estou sofrendo e quero estar sózinha. Me deixe em paz. Vai embora.
_ Olha, por favor, não chore. Eu não posso ir embora e deixar vc aqui assim, chorando deste jeito.
...
_Vc pode ir, já estou melhor.
_ Mesmo?
_ Mesmo. Pode ir.
_ Me liga qdo chegar na sua casa?
_ Não.


Petrarca,
Ele era uma pessoa muito interessante, certamente vc gostaria de tê-lo em seu jantar.
Eu que não fui muito justa com ele. Mais fácil pra mim, conhecer as falas dela.
Obrigada pela visita. :)

Se você quiser, eu posso tentar, mas
Eu
não
sei
dançar
tão
devagar
Pra te acompanhar

segunda-feira, setembro 13, 2004

As vezes te odeio por quase um segundo
Eu não entendo mais.
E tenho vontade de deixar tudo pra lá. Tenho vontade de fechar a porta. de bater a porta.
Já teria feito isto se a minha curiosidade (?!) fosse menor que a confusão toda. Mas não é.
Fico neste labirinto. Que fui alimentando, complicando, e agora não sei mais da saída, de tantas voltas que já dei.
Agora, odeio tudo.
Eu quero a minha paz de volta. Preciso dormir e ver se acordo.

Diálogo I
_ Você devia ter me dito.
_ Por que?
_ Não faça perguntas bobas. Eu tinha o direito de saber.
_ E vc faria o quê com esta informação?
_ Eu poderia ter sido mais cuidadoso, poderia ter esperado, poderia mesmo ter resolvido não dormir com você.
_ Por saber disto tudo que eu não te contei. Por isso e porque eu acho o fato irrelevante.
_ Como vc pode dizer que é irrelevante? Vc fala estas coisas só por falar.
_ Não mesmo, não desta vez. É irrelevante. Eu já cheguei muito perto em mais de uma ocasião. Em duas, pelo menos.
_ Mas só aconteceu de fato agora e eu me sinto meio traído por vc.
_ Olha, eu era só tecnicamente virgem até agora. Já houve muito amasso, muita masturbação mútua, muito sexo oral, eu já gozei muitas vezes, só não tinha tido penetração...
_ Quer parar? Isto não muda nada.
...
_ Você é engraçado. Primeiro ficou bravo porque descobriu que eu era virgem, agora fica bravo porque descobre que eu não era santa...Por acaso vc achou mesmo que eu era inocente? Será que vc não percebeu todos estes dias que eu sabia o que estava fazendo e o que queria?
_ Por isso mesmo. Vc não agia como se nunca houvesse transado!
_ Como assim, vc ficou maluco ou surdo? Eu acabei de te dizer que já transei outras vezes!
_ Não é a mesma coisa!
_ PRA MIM não faz a mínima diferença!
_ PRA MIM faz!
_ Quer saber? Eu vou embora. Vc tá estragando tudo.
_ EU??!! Agora eu sou o culpado!
_ Desta vez você é.
...
_ Quer parar de se vestir?
_ Não posso ir embora pelada. Ainda mais sendo quase virgem.
_ Vc tem um senso de humor cruel e isto não tem a mínima graça.
_ Eu vou embora, já tem metrô a esta hora.
_ Vc não vai sair por aí de madrugada só pra me provocar!
_ Estou indo.
_ Espera que eu te levo.
_ Estou indo.
...
_ Vc é.... muito... mimada...e rápida...não tô... conseguindo... nem respirar.... direito.
_ Larga meu braço.
_ Para. Espera um pouco. Vamos conversar.
_ Não quero conversar agora... Quero que vc me beije.
_ Como é que é? Não tá mais brava?
_ Tô. Mas vou me lembrar disto tudo muitas vezes e durante muito tempo, preciso de um final mais feliz.
_ Tá vendo como não era irrelevante?
_ Me beija. Só me beija.



Porque quem pensa, pensa melhor parado!
Este pensamento reconfortante dele me levou, por caminhos tortuosos, a outro:
A eterna liberdade: Dentro da nossa cabeça, pensamos o que queremos.

sexta-feira, setembro 10, 2004

Tá frio, tá quente, tá quente, tá frio
Desde o início desta onda de calor que eu sabia que este dia chegaria.
O dia em que o frio me pegaria de surpresa: Sandália e vestido.
Eu não aprendo. Levar um casaquinho? nem pensar.
Agora é enfrentar, com charme e graça, os 10 graus a menos lá fora.

Outras palavras, outras palavras
Devia haver.
Devia haver uma palavra diferente pra descrever a montanha de maneiras que a gente tem de gostar de alguém.
Devíamos inventar uma palavra nova pra cada pessoa pela qual nos encantamos.
Uma palavra secreta e novinha.
Que significasse o monte de sensações que aquela pessoa, naquele momento, desperta na gente.
Paixão, amor, carinho, afeto, tesão. Muito genérico. Eu quero uma palavra específica.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Simples assim
Eu queria era experimentar seu gosto.
Numa tarde assim vermelha, quase de noite.
Eu saindo apressada pro estacionamento, chaves nas mão, mochila, bolsa.
O salto fino entra naquela fenda, me desequilibro, quase viro o pé e penso um palavrão.
A noite começando. E você surgindo do nada.
E me falando nada.
Que a gente não falasse nada.
E fosse direto ao único assunto que nos resta.

Viver pelado e pintado de verde, num eterno domingo
O paraíso era assim: Sol, árvores, caminhos tortos, cachoeiras e uma turma cheia de alegria.
Fiquei ralada, com alguns hematomas, muito cansada, mas dona de uma felicidade daquelas.
Foi bom. Tão bom que desde ontem busco palavras sem encontrar.
As coisa boas são as vezes indizíveis.

Turn my head with talk of summertime
[Male voice]
No more talk of darkness
Forget these wide-eyed fears
I’m here, nothing can harm you
My words will warm you and calm you

Let me be your freedom
Let daylight dry your tears
I’m here, with you and beside you
To guard you and to guide you

[Female voice]
Say you love me every waking moment
Turn my head with talk of summertime

Say you need me with you now and always
Promise me that all you say is true
That's all I ask of you

[Male voice]
Let me be your shelter
Let me be your light
You’re safe, no one will find you
Your fears are far behind you

[Female voice]
All I want is freedom
A world with no more night
And you, always beside me
To hold me and to hide me

[Male voice]
Then say you’ll share with me one love, one lifetime
Let me lead you from your solitude
Say you need me with you here, beside you
Anywhere you go, let me go too
Christine, that's all I ask of you

[Female voice]
Say you’ll share with me one love, one lifetime
Say the word and I will follow you
Share each day with me, each night, each morning

[Female voice]
Say you love me

[Male voice]
You know I do

[Both]
Love me, that's all I ask of you …
Anywhere you go, let me go too
Love me, that's all I ask of you

quarta-feira, setembro 08, 2004

And I've been working like a dog
O que é pior que uma segunda-feira? Uma quarta que acumula segunda+terça+quarta. Este é o meu dia hoje. Só no inbox 30 mensagens que devo ler, fora as descartadas. Visita a cliente. Preparativos pra viajar de novo, a trabalho.
Quase esqueço o paraíso. o paraíso do qual voltei ontem. Pela manhã, pra evitar o inferno.
Mas preciso outro post. Este já tá contaminado.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Nada de novo debaixo do sol
Trabalhando de casa e vendo na TV as imagens do sequestro das crianças na Russia.
Bem cedo, antes de eu sair pra correr, começou uma confusão que culminou com a invasão da escola pelas tropas russas.
Vejo as imagens, projetadas sem parar, de crianças seminuas, correndo, confusas. E de corpos pelo chão. Naqueles sacos pretos ou cobertos de lençois.
Nenhuma notícia precisa até agora. A não ser que o pior pode ser esperado. O pior já aconteceu.
Do lado de fora, o dia aqui brilha. Como se fosse possível.
Até quando for possível.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Nos dias azuis como este
Sandálias
Vestido
Bolsa
Chaves
Carro
Chicletes
Crachá
Café
Mensagens
Salada
Sorvete
Chopp
Música
Lua
Friozinho
Sonhos
E aquela vontade de pegar avião.

E o meu destino é querer sempre mais, a minha estrada corre pro seu mar
Não há mesmo receita, pelo menos não encontrei a minha.
Alguns só precisam me olhar. Ou responder às minhas perguntas de modo especial.
A outros, nada é suficiente. Podem atapetar o chão que eu piso, que nem ligo. Aliás, se fazem isto, me afasto mais.
Não sei exatamente o que me move. O que pressiona o botão que me liga pra não desligar nunca mais.
Não sei o que neles me deixa absolutamente desarmada. E me faz falar bobagens. E me faz sorrir aquele sorriso.
E me faz fazer qualquer coisa só por prazer.


quarta-feira, setembro 01, 2004

Collateral e descartável

O novo filme de Tom Cruise não valeria nem o feijão-e-arroz que come, se filmes americanos pudessem comer tal iguaria.
Nem pela barba rala grisalha. Nem pelo sorriso dele.
Totalmente descartável.
Pra um Tom Cruise sacana, prefira Magnólia. Pra um Tom Cruise gostoso, qualquer dos "Missão Impossível".

Eu pertenço à raça da pedra dura

Eu já esqueci você, tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre, busco sempre a sonhar em vão
Cor vermelha, carne da sua boca, coração

Eu já esqueci você tento crer
Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor
Sua casa, sua cama, sua carne, seu suor
Eu pertenço à raça da pedra dura

Quando enfim juro que esqueci
Quem se lembra de você em mim, em mim
Não sou eu, sofro e sei
Não sou eu, finjo que não sei, não sou eu

Sonho bocas que murmuram
Tranço em pernas que procuram, enfim...
Não sou eu, sofro e sei
Quem se lembra de você em mim, eu sei, eu sei...

Bate é na memória da minha pele
Bate é no sangue que bombeia na minha veia
Bate é no champanhe que borbulhava na sua taça
E que borbulha agora na taça da minha cabeça
Memória da Pele - João Bosco