segunda-feira, novembro 29, 2004

Minérios
Você é pedra improvável.
Rocha macia, maleável, inexistente.
Onde eu, pra me infiltrar,
Me liquefaço.
Ora como água,
Ora como lava.

quinta-feira, novembro 25, 2004

E, amanhã, pizza!
A única e inimitável.
E com banana assada, caramelizada, com sorvete, de sobremesa.
Morra de inveja agora, Dante! :)

Kiss me
Você fala de fim como quem sabe tudo
E eu nem.
Apenas te olho nos olhos,
De um ângulo estranho,
E sorrio.
Será que você ainda não entendeu
Que pra mim nada acaba nunca?
Ou será que você pensa que esta é apenas uma das minhas idéias ao vento.
Uma teoria.
Não é teoria, é prática.
Eu nunca soube o que fazer com teorias,
Nunca tive um lugar pra elas nas minhas prateleiras.
O que sei veio de fazer.
O que não sei também.

quarta-feira, novembro 24, 2004

Da menina mais bonita quero um beijo e um abraço
Botões demais causam confusão e eu sou mesmo anárquica.
Mas a escolha pode ser divertida.
Ainda mais se você escolher tudo.
...
Também morro de rir, ou apenas sorrio, dependendo do dia.
Mas uma hora destas largo a corda do meu lado,
Será que você desequilibra?

terça-feira, novembro 23, 2004

Que se despe, se despede, se despedaça
Só um homem pode fazer com que uma mulher se sinta
Como uma flôr,
Como um pássaro,
Como uma estrela,
Um céu azul.
Só um homem pode transformar uma mulher num conjunto de coisinhas alegres.

segunda-feira, novembro 22, 2004

E antes que eu vá
Pra tudo que em você é vago,
Pra tudo que varia,
Eu respondo,
Concretamente,
Sim.
De antemão.

Enquanto isso
Ninguém é dono do meu prazer.
Ou do meu sentir.
Ou do meu viver.
Mas uns sabem apertar os botões certos,
Por estes, me apaixono.
E uns sabem achar botões que eu mesma desconheço,
Por estes, me perco.

Eu não quero a gravação eu quero o grito
De tempos em tempos o caos impera na minha vida.
Você e o caos.
Caindo de guarda-chuva em cima da minha horta.
E eu nem preparada.
E nem sei como veio, de onde veio, porque.
Você pensa futurinhos.
Eu desconheço e desconsidero tempo, establishments e regras.
Acredito em todas as felicidades em paralelo.
Tudo coexistindo, tudo ao mesmo tempo.
Tudo que for de verdade.
E se eu pensei, é.


sexta-feira, novembro 19, 2004

It feels so right now

Te entendo a metade

(Serei eu qualquer uma?)

(Acho que irrito você as vezes!)

Tudo vago, e eu a impulsiva de sempre.

E se não me movo mais, mais rápido e mais concretamente,

É por que ainda não sei bem como...


quinta-feira, novembro 18, 2004

Don't follow me, I'm lost
Tá com vontade de fazer arte e nem chegou sexta-feira?
Faz na quinta, então.
Mas cuidado, semana passada me dei mal...

Pintando no azulejo
Porque eu funciono de um jeito que não posso ser tratada assim como um bibelô, sabe? Uma menininha, uma (urgh) princesa.
Eu sou uma mulher e gosto de ser tratada assim.

Sobre artes
Quanto mais eu penso.
Quanto mais analiso.
Quanto mais sofismo.
Mais me convenço que a única forma de ser realmente feliz
É no varejo.
O que implica fazer aquilo que te dá na telha, sem ficar pensando no que os outros vão pensar ou sentir.
No fim das contas a vida realmente é, como no clichê, curta demais pra ser realmente levada a sério.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Vem,
Meu coração se enfeitou de céu,
Se embebedou na luz do seu olhar,
Queria tanto ter você
Aqui.

domingo, novembro 14, 2004

Dialogo IX
_ Sempre?
_ Hummm…Sempre.
_ Ah, mas lembra do N? Você me disse que mal o conhecia quando transou com ele.
_ Sim...
_ Então como podia estar apaixonada?
_ Ah, eu estava. Foi uma coisa instantânea, sei lá. Ele á muito lindo. Umas mãos, a boca, os olhos. Nossa...De perder a cabeça.
_ Amor a primeira vista?
_ Nah...Amor não, amor é outra coisa. E nunca é a primeira vista, acho. Eu tô falando de paixão.
_ Qual é a diferença?
_ Entre amor e paixão?
_ Sim...
_ Quem sabe?...Pra mim amor é algo profundo, durável, estável. Paixão é...
_ Superficial, volátil, confusa?
_ Hahaha....Sim, pode-se dizer que sim. Mas não é bem oposto... Acho que na paixão você faz um monte de besteiras sem pensar e no amor você faz um monte de besteiras também, mas consciente.
_ Hahaha... Então, a gente sempre faz besteira?
_ Já viu mulher que não faz?
_ Nenhuma.

Mesmo sabendo que a dor cartesiana
Disse que eu era sofisticada. E achei graça.
Não só pelo contexto, mas principalmente por causa da camiseta velha, e por estar descalça.
Claro que ele não poderia saber.
Mas achei graça mesmo assim.
Agora penso em como as coisas foram rápidas, confusas e encantadoras a seu modo.
Não sou mesmo uma pessoa comum. Talvez ninguém seja.
Coisas comuns acontecem comigo de uma maneira atravessada. De viés.
Coisas raras também. E estas acabam sempre por não acabar.
Ciclo. Criatura cíclica.

sábado, novembro 13, 2004

Depois de horas
E o meu anjo, aquele infeliz, '
só deu as caras, como sempre,
na última hora.

China in Box
Há uma hora mágica.
Depois de ficar p. da vida, brigar com todo mundo,
tentar achar a solução, brigar mais um pouco,
mandar uns pro inferno, pedir pra outros relevarem,
ter vontade de saltar fora de vez,
ter ataques de riso.
Depois de tudo isto e mais um pouco,
As coisas ficam claras, e minha mágica começa a funcionar.
...
Também pode ser efeito desta comida em caixinha.
Preciso avaliar.

O castigo vem a cavalo.
Bem feito. falei que ia fazer arte, fiquei de castigo.
E nem deu tempo pra fazer arte.
A casa caiu. Perdi o fim-de-semana prolongado e dormi 4 horas nas últimas 40 horas.
Só tá faltando ter que ajoelhar no milho.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Há dias que eu já sei o que se passa
Tem uns dias que eu acordo com vontade de fazer arte.
Geralmente isto acontece em sexta-feiras de sol leve, vento gostoso, véspera de fim-de-semana prolongado.
Hoje tá um dia perfeito.

quinta-feira, novembro 11, 2004

Ele me comia com aqueles olhos de comer fotografia e eu disse cheese
E fui ver Kill Bill, Volume 2.
Adorei. Mas sou suspeita porque Tarantino é do meu coração e não abro.
Uma continuação de estilo totalmente diferente do volume 1, que eu também gostei.
O primeiro parece um vídeo game, o segundo um faroeste. Ou algo assim.
E se integram e completam.
...
Mas o que realmente me chamou atenção no filme é a paixão do Tarantino pela Uma Thurman.
Que é, diga-se, totalmente correspondida.
O filme é quase todo ela. E em close. De mãos, pés e, principalmente, claro, de rosto.
Vale ficar na poltrona até o fim dos créditos.
A cena final com ela dirigindo um conversível é imperdível.

Try to set the night on fire
O meu é um anjo relapso.
Gazeteia, enrola e só cumpre os metas na última hora.
Trabalha melhor sob pressão.
Por isso, deixa que eu tropece, me esfole, me machuque,
Seja seqüestrada, me perca, me atrase.
E só quando tudo parece perdido, quando já tentei de todas as formas resolver,
Quando a única esperança que me resta é justamente a dúvida,
Ele aparece.
Me acalma, faz uns curativos, me resgata, libera meu caminho.
E como normalmente eu estou muito brava nestas horas,
Ele também prepara surpresas pra me encantar.
Como um horizonte colorido, gotas de chuva, arco-íris,
Canteiros impossíveis de margaridas,
Perfumes.
E também faz umas graças pra provocar meu riso,
Umas menininhas saindo da escola de mãos dadas, tagarelando,
Um guarda da CET lindo que abre a passagem e ainda pisca pra mim,
Uma música predileta que toca no rádio e eu não ouvia há muito tempo.
Meu anjo é assim.
Somos da mesma safra. Do mesmo pedigree.
Não posso reclamar.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

terça-feira, novembro 09, 2004

Ainda música. Ainda você.
E eu me lembro de você em músicas que você nem sabe.
Tenho uma idéia inteira de você dentro de mim.
Tato, olfato, paladar, visão, audição.
E o sexto também, ao redor do qual todos os outros gravitam.

Dos pássaros
Gostei da idéia. Que tenha sido gaivota, então.
E eu,
Coração no mar,
Cabeça no ar,
Acabo ficando aqui mesmo na terra.

Havia só a magia dos seus aparecimentos e a música que eu ouvia
A música sempre.
Memória em letras e acordes.
Canções pra sentir saudades,
Pra embalar sono,
Pra encarar o dia,
Pra despertar tesão.
Música não é tudo, claro.
Mas traduz grande parte de mim.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Este papo meu tá qualquer coisa
E eu que pensei que pensava complicado!
Mas olha, repara bem.
Há um erro de lógica.
Eu nunca pensei ter sido um golfinho.
E ninguém me parece mesmo ter sido um.
Eu queria mesmo é voltar assim...Um dia.
E que alguém olhasse o golfinho
E pensasse que antes ele tinha sido mulher.
...
Cachorros, gatos e cavalos, sem dúvida.
Alguns bovinos também. E mesmo macacos.
Talvez principalmente eles.
...
Mas,
Se os golfinhos voltam anjos,
O que eram antes de ser o que são?

Ah…Sobre as pontes
São muitas as pontes, discordo.
Mas mais ainda as ligas, concordo.
E voltamos a jogar!
De quem era mesmo a mão?

A flôr do desejo e do maracujá
Não gosto da música, mas a passion fruit é uma das minhas preferidas.
Desde a flor, que chega a ser pornográfica.
E o perfume que me desperta certos pontos do paladar que raramente se manifestam.
Bom plantar, melhor ainda colher.
Plantar futuro e colher espanto.
De crianças que de outro jeito não provariam tamarindo na sombra.
De jeito nenhum.
...
Eu nunca fui do mar e sempre fui.
Conheci tarde a água salgada. O suficiente pra me espantar com o gosto.
Inocência já, então, perdida.
Mas sempre amei o mar e suas criaturas.
Dizem que a gente escolhe.
Se for mesmo assim, volto golfinho.
Tenho dito.

Controle de vôo, sincronismo
Os aviões pousam, as pessoas vão e vêem apressadas.
Tudo tão estranho se visto no detalhes. E tão familiar pela freqüência.
Fico zonza. Demoro a reagir.
E mesmo agora, em terra firme, ainda me sinto oscilando.
Talvez. Talvez sim, como nos filmes bobos que adoro assistir.
Você passando pra um lado, eu pro outro.
Sem saber. Sem pensar. Sem querer.
Rio pensando nisto.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Prece
Eu rezo pra que a gente não se perca
Entre as coisas que não tem importância
E pra que a gente se preocupe sempre muito
Com as coisas banais que fazem toda a diferença.
Rezo pelas folhas coloridas e pelas flores com ou sem perfume,
Por este céu que chove e faz sol,
E pelos planetas. Pra que eles se mantenham em sua órbita.
Rezo pelas estrelas que piscam e as vezes caem. Pelas constelações.
Pelas jabuticabas, mangas e cajus. E por todas as berries.
Pra que os navios voltem ao porto. E pra que partam também.
E pra que os aviões pousem serenos, apesar da gravidade.
Rezo por tudo que mantém viva. Além do limite de simplesmente viver.
Rezo pra um Deus que só eu sei.
Que é a beleza pra onde um dia voltarei.
Que vive em mim, mas eu não conheço.
...
É Dante, eu também rezo de vez em quando... :)

Música pra estrada
Partir Andar, Eis que chega
Não há como deter a alvorada
Pra dizer, um bilhete sobre a mesa
Para se mandar, o pé na estrada

Au revoir, monsieur Bush
Nada pessoal, só que chegou a hora e eu volto ao meu tão conhecido caos.

Pra Amiga. Que fica.
As vezes me sinto frágil como vidro ou gelo.
Transparente e frágil.
Vou. E você fica.
Saudade que já sinto.
Queria ter mais tempo pra falar das coisas que só falei com você.
Queria ter algumas repostas e fazer mais perguntas.
Claro que tem jeito. Jabber, email, telefone, ECT.
Mas é que tá tudo tão no começo.
Planta verdinha ainda. Broto. Esta amizade.
Merecia mais cultivo.
Mas como você diz, lá-lá.
Será como pode ser.
E, até dezembro, nossas risadas terão que ser transcontinentais.
...
Ah, antes que eu me esqueça. Escreva pra ele.
Escreva logo. Não vai esperar 10 anos! :)
...
Beijinho.

terça-feira, novembro 02, 2004

Do outro lado do muro
Havia árvores gigantes e pessoas conversando na sombra.
Túmulos com retratos antigos. Datas de nascimento e morte. Nomes.
Eu sempre caminhei sem medo no cemitério da minha infância.
Gostava de ler os nomes dos defuntos, ver as fotos, calcular a idade e imaginar como haviam vivido e como teria sido sua morte.
Algumas vezes, minha avó me contava histórias sobre os que ela tinha conhecido. E eu ficava fascinada.
Minha mãe não gostava do cemitério. Achava mórbido.
Meu pai achava inútil. Meus irmãos tinham medo.
Raramente iam até lá. Do outro lado da cidade.
Nem mesmo em finados, época das melhores melancias.
Pra mim, era um passeio. Eu tinha uma relação bem tranqüila com aquilo.
Isto mudou um pouco quando eu cresci, ele morreu, e eu aprendi o vazio que morte deixa naqueles que ficam.
Mas, apesar da dor, ainda volto ao cemitério congelado da minha infância sem medo.
Hoje, minha avó repousa lá. “Entre árvores e esquecimentos”.

Choosing beetwen two poisons
Hoje será eleito o novo presidente americano e as pesquisas dizem que Bush e Kerry estão empatados.
Acho que Bush leva. E, francamente, tanto faz. Ambos têm o mesmo a oferecer ao mundo: Duvidas.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Diálogo VIII
_ Você está com ciúmes.
_ Sim, estou.
_ Mas não devia. Eu não a quero.
_ Ah...sim. Eu queria muito acreditar nisto...Ela é linda, disponível e está ao seu lado muito mais tempo do que eu consigo estar.
_ Só que não significa nada.
_ Pode vir a significar, se você ficar alimentando.
_ Mas você mesma diz que monogamia não é natural...Não é assim que você fala?
_ Muito bom. Você joga bem. Pega minhas palavras e me devolve. Eu poderia até rir agora, se não estivesse tão transtornada.
_ Eu não estou jogando. Você sempre fala isto, não é?
_ Sim...Eu digo que não é natural e acho mesmo que não é, mas...
_ Mas?
_ Mas eu queria você com todo seu foco em mim , sabe? Holofote mesmo. Que você só pensasse em mim, de tal forma que ninguém mais acontecesse. Eu queria que você nem visse as outras passando, não importa quem as outras sejam...Taí, admito, tenho ciúmes de todas, só que escolhi ela pra sentir raiva.
_ Isto é insegurança sua.
_ Me mostre uma mulher segura. Me mostre uma pessoa apaixonada e segura. Não há. Estas coisas são mutuamente exclusivas.
_ Criancice sua. Vem cá.
_ Cuidado, eu posso crescer e você pode não gostar do resultado. Não vou.
_ Vem sim...