segunda-feira, janeiro 30, 2006

Missing You
Sem dúvida é com o corpo que eu lhe lembro.
Claro que as palavras me fazem falta,
O riso, a voz, os significados.
Claro que as músicas e os silêncios.
Suas opiniões sobre mim.
Censuras, acertos, correções.
Aquele seu dom de me contradizer, sem que eu resista.
A minha falta de resistência a você.
No fim, acho que nem você mesmo sabe o poder que tem sobre mim.
Não com a intensidade do real.
Tudo isto provoca aquela sensação de dor aguda que a gente chama saudade.
Mas, então, eu consigo driblar os sentimentos, sublimar, passar, by-passar.
Mas quando é meu corpo que lhe lembra, não há remédio.
Eu queimo, ardo e não durmo.
Nada acalma. Nada aplaca.
Eu rolo, insone.
Numa cama onde você nunca esteve,
Lembrando cada movimento seu dentro de mim,
Cada carícia, cada aperto, cada tapa.
Meu corpo é que sabe de você,
Meu corpo não tem dúvidas,
Não vacila, nem questiona.
Meu corpo quer você.
Dentro. Rápido. Forte.

Tô com saudades de você
Na varanda em noite quente,
Arrepio forte que dá na gente.
Truque do desejo,
Trago na boca, o gosto do beijo.
Eu sinto a falata de você, me sinto só,
E aí?
Será que você volta,
Tudo a minha volta é triste.
E aí?
O amor pode acontecer,
De novo pra você,
palpite.

terça-feira, janeiro 17, 2006

HaiKais aos pares

Azul celeste
Seus olhos refletem
Ou são os meus?


Como toda cor
O azul está dentro
De mim e voce.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Seria o acaso e não sorte

Como se meu sonho construísse a realidade,
Torcesse as órbitas,
Escolhesse os signos,
Criasse o destino
Ao qual eu me submeto.

Ele é lindo dentro de mim.
Seu olhos. As mãos. A boca.
Tudo é tão intenso.
Eu andando como uma dança,
Me esparramando, me oferecendo como uma fruta.

Tudo milimetricamente programado
Para acontecer ao acaso.

Quando me distancio, tento entender, parece sonho.
Parece que não vai dar.
Parece não ser possível.
Parece que nem é tanto.

Mas, aí, ele me vem,
Real ou imaginado,
e a presença me toma de chofre.
Me consome, me invade,
Me transforma naquela que sou.